Num país de mais de 5.600 municípios, somente 100 são atendidos por voos regulares da aviação comercial convencional, deixando aproximadamente 5.500 cidades fora dessa rota aérea. O número é apenas uma amostra do quanto esse mercado ainda pode ser desbravado no Brasil pelo setor da aviação de negócios ou aviação executiva.
A análise é do empresário, piloto e consultor Francisco Lyra que falou para empresários e autoridades políticas durante lançamento, no último dia 19, da pedra fundamental do Antares, polo aeronáutico que está sendo construído na cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia em Goiás.
Crédito: Cristiano Borges
Na ocasião, o nome de Francisco Lyra também foi oficializado como diretor operacional do futuro aeroporto executivo.
O evento reuniu empresários de vários setores, além de autoridades políticas como os prefeitos Gustavo Mendanha (de Aparecida de Goiânia) e Rogério Cruz (de Goiânia), e representantes do setor da aviação como o tenente-coronel aviador Eliseu Zednik Ferreira, integrante do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea); e o diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Augusto Reis.
Também esteve presente o ex-deputado federal e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, filho do senador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Falecido em janeiro deste em decorrência de complicações causadas pela Covid-19, Maguito foi homenageado durante a solenidade.
“O Antares é um sonho cultivado há mais de dez anos por um grupo de empreendedores que sempre acreditou em Aparecida de Goiânia e vislumbrou aqui a possibilidade de erguer um aeroporto executivo.”, destacou Marcos Alberto Luis de Campos, um dos empreendedores responsáveis pelo polo aeronáutico.
Ao falar do empenho do ex-prefeito para a concretização de um empreendimento que tanto promete agregar social e economicamente para a cidade, Mendanha lembrou que, já em 2014, o falecido mandatário foi quem assinou o decreto municipal que transformou em Área de Utilidade Pública todo o terreno destinado à implantação do sítio aeroportuário. “O Plano Diretor já previa o sítio aeroportuário como área de interesse econômico. E Maguito, um homem público de grande visão, que sempre foi, sabia do enorme potencial desse projeto, que hoje vira realidade”, pontuou.
Crédito: divulgação
Os empreendedores destacaram que Aparecida de Goiânia converge todas as potencialidades que um projeto como o Antares requer, pois é uma cidade altamente industrializada e que está no coração do país, a 210 quilômetros do DF [Distrito Federal]. É também um polo que está sendo construído próximo a dois aeroportos internacionais, o de Brasília e o de Goiânia.
O Antares também contará com acesso fácil aos modais de transporte rodoviários e ferroviários.
Único e desafiador
Crédito: divulgação
Também prestigiando o evento do Antares Polo Aeronáutico, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, destacou a importância da parceria entre o poder público e a iniciativa privada. Ele também classificou o empreendimento como um marco, não só para a cidade de Aparecida de Goiânia, mas para toda a Grande Goiânia. “Esse projeto é uma grande força para nossa Região Metropolitana, um importante indutor de investimentos. Quem vier investir em Goiânia, pode vir sim através de Aparecida”, destacou Rogério Cruz.
Durante a apresentação do Antares, o empresário Romeu Neiva Júnior e um dos empreendedores do polo aeronáutico, lembrou alguns números do projeto. “Trata-se de um projeto único e desafiador. Serão mais de dois milhões m² de área total. Só nossa pista terá 1.800 metros de extensão e 30 de largura. Serão 450 hangares para abrigar os mais variados tipos de empresas. Teremos terminal de embarque e desembarque com dois pavimentos; praça de alimentação, sala de operações, sala de reunião. E tudo comprindo todas as regras urbanísticas e ambientais previstas em lei”, relata o empreendedor.
Ao final do evento, sob o comando do empresário Paulo Roberto Silva da Costa, que também figura entre os idealizadores do Antares, além de descer a placa da pedra fundamental do empreendimento, ele enterrou uma cápsula do tempo com um pergaminho trazendo detalhes importantes do empreendimento. “É um ato simbólico, mas que diz muito sobre a luta para concretizarmos esse grandioso sonho”, destacou.
O empreendimento
Quando estiver em operação, o Antares irá gerar mais de 2.200 empregos diretos, chegando o número de mais de 3.000 postos de trabalhos, levando em conta o período de construção.
As obras já foram iniciadas. Ao todo, a construção do empreendimento será dividida em cinco fases, sendo a primeira com previsão de entrega para 2024. A primeira fase está prevista para ser concluída em 2024, com 72 lotes entregues, pista de pouso funcionando, além de área de embarque e desembarque e toda a infraestrutura necessária para os hangares, como energia elétrica, sistema de abastecimento de água, pavimentação asfáltica e toda a área fechada com portaria monitorada.
A pista de pouso e toda a pavimentação do empreendimento será feita com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), que é o material mais utilizado hoje em dia em pistas de aeroportos pelo Brasil. Cerca de 4.500 toneladas, quase a metade, serão usadas apenas para a construção da pista.
O empreendimento é encabeçado por cinco empresas goianas, são elas: Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações.
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