A Cerimônia de Premiação, apresentada por Marla Martins e Renata Boldrini direto do Palácio dos Festivais, em Gramado, iniciou em ritmo de festa. A revelação dos vencedores e a entrega dos Kikitos sempre é uma grande celebração ao cinema brasileiro e ibero-americano.
E desta vez, no 48º Festival de Cinema de Gramado, não foi diferente. Separados pela distância física, mas aproximados pela tecnologia e pela vontade de integrar a primeira edição multiplataforma, as equipes participaram por telão. Atentos e emocionados, ouviram e vibraram a cada revelação desta edição histórica.
O longa pernambucano “King Kong en Asunción”, de Camilo Cavalvante, conquistou três Kikitos, entre eles o de Melhor Filme do 48º Festival de Cinema de Gramado. Andrade Júnior, o protagonista que infelizmente não chegou a ver a obra concluída porque faleceu em maio de 2019, foi reconhecido como Melhor Ator pela brilhante atuação do matador de aluguel que depois de cometer o último assassinato na região desértica de Salar de Uyuni se esconde no interior da Bolívia e em seguida decide ir atrás da filha que nunca conheceu. A produção passou por três países e contou com profissionais de cinco.
“Todos os Mortos”, o longa de Caetano Gotardo e Marco Dutra, que aborda a história do Brasil a partir da perspectiva de pessoas escravizadas, venceu nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante, para Alaíde Costa, e Melhor Ator Coadjuvante, para Thomás Aquino.
O consagrado cineasta Ruy Guerra levou o Kikito de melhor direção por “Aos Pedaços”. O filme levou ainda o prêmio de melhor fotografia para Pablo Baião, e melhor desenho de som, para Bernardo Uzeda.
A portuguesa Isabel Zuaa conquistou o júri e foi eleita a melhor atriz pela atuação no longa “Um Animal Amarelo”, tragicômica fábula tropical, como descreve o diretor Fernando Bragança. A história de um cineasta falido que mergulha em uma jornada pelo Brasil também é vencedora nas categorias ,elhor Direção de Arte para Dina Salem Levy, e Melhor Roteiro para Felipe Bragança. Isabel recebeu a notícia de sua casa, em Portugal. Muito emocionada, teve tempo de agradecer e manifestar a admiração pelas atrizes que disputam com ela o Kikito antes da família invadir a tela para um abraço coletivo.
“Me Chama que eu Vou”, o documentário sobre a vida do cantor Sidney Magal levou o prêmio de Melhor Montagem, Kikito que vai para Eduardo Gripa.
O Prêmio Canal Brasil foi concedido para o curta Inabitável, de Luciana Souza, que recebe R$ 15 mil e o direito a exibição na programação do Canal.
Estrangeiros
“La Frontera” é o Melhor Filme longa estrangeiro do 48º Festival de Cinema de Gramado. Assinando também o roteiro, o jovem cineasta levou o Kikito nas duas categorias. O longa também garantiu a estatueta de Melhor Atriz para as duas protagonistas Daylin Vega Moreno e Sheila Monterola.
O Kikito de Melhor Direção foi para “El gran viaje al país pequeño”, de Mariana Viñoles, documentário que acompanhou a trajetória de duas das cinco famílias de refugiados sírios recebidas pelo Uruguai em 2014.
Anibal Ortiz recebeu o Kikito de Melhor Ator por “Matar a un Muerto”, filme ambientado durante o período da ditadura militar no Paraguai. A Melhor Fotografia ficou para Nicolas Trovato, por “El Silencio del Cazador”.
Gaúcho
O melhor longa-metragem gaúcho Portuñol, da diretora Thais Fernandes, fala sobre a intersecção de culturas.
Curtas
O “Barco e o Rio” é o grande vencedor na categoria de Curta-metragem Brasileiro. O curta venceu em quatro categorias e levou os Kikitos para Melhor Filme, Melhor Direção para Bernardo Ale Abinader, Melhor Fotografia para Valentina Ricardo e Melhor Direção de Arte para Francisco Ricardo Lima Caetano.
O Kikito de Melhor Atriz vai para a experiente Luciana Souza, por “Inabitável” que também levou o Melhor Roteiro, Kikito concedido a dupla Matheus Farias e Enock Carvalho. Daniel Veiga levaou a estatueta como Melhor Ator pela interpretação do entregador de app em “Você tem Olhos Tristes”, filme que também tem a Melhor Montagem, prêmio para Ana Júlia Travia.
Melhor Trilha Musical foi para Hakaima Sadamitsu e M. Takara, por “Atordoado, eu permaneço atento” e Melhor Desenho de Som para Isadora Torres e Vinicius Prado Martins, de “Receita de Caranguejo”.
Edição Multiplataforma
Desta vez, os espectadores puderam acompanhar os 51 filmes concorrentes, entre longas e curtas, pelas telas do Canal Brasil e pelo serviço de streaming do Canal.
Rafael Carniel, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do Festival de Cinema de Gramado, e que nunca considerou a possibilidade de não realizá-lo, avalia a decisão. "Neste ano de pandemia a gente manteve o Festival de Cinema de Gramado em respeito a uma indústria que gera R$ 25 bi de faturamento, quase 2% do pib brasileiro. Mas mais do que isso eu pergunto: qual o valor da indústria que muito além de gerar números, toca a vida das pessoas? No contexto de pandemia ela tem formado opiniões, tem tirado o mundo da ignorância, interrompido a cegueira sobre a realidade do outro. Qualificado, emocionado, aliviado a dor das pessoas", declara.
A diretora de eventos da Gramadotur, Iara Sartori, comemora a edição.
“Nosso Festival de Cinema cumpriu sua missão. mais uma vez deixou um legado importante para Gramado e para o audiovisual brasileiro e latino. Nesse momento diferente e delicado para o turismo e para os eventos, acreditamos e reiteramos na vocação da cidade que se projetou pela cultura. A realização desta edição, com toda segurança e inovação, mostra o comprometimento da cidade e da Gramadotur com o público que vêm à cidade e, principalmente, com os gramadenses que recebem os visitantes e, juntos, fazem de Gramado uma grife desejada mundo afora.
Vencedores
Longa-metragem Brasileiro - LMB
Melhor Filme - King Kong en Asunción Melhor Direção - Ruy Guerra, por Aos Pedaços Melhor Ator - Andrade Júnior, por King Kong en Asunción Melhor Atriz - Isabél Zuaa, por Um Animal Amarelo Melhor Roteiro - Felipe Bragança, por Um Animal Amarelo Melhor Fotografia - Pablo Baião, por Aos Pedaços Melhor Montagem - Eduardo Gripa, por Me Chama Que Eu Vou Melhor Trilha Musical - Salloma Salomão, por Todos os Mortos e Shaman Herrera, por King Kong en Asunción Melhor Direção de Arte - Dina Salem Levy, por Um Animal Amarelo Melhor Atriz Coadjuvante - Alaíde Costa, por Todos os Mortos Melhor Ator Coadjuvante - Thomás Aquino, por Todos os Mortos Melhor Desenho de Som - Bernardo Uzeda, por Aos Pedaços Prêmio Especial do Júri: Elisa Lucinda, por Por que você não chora? Menção Honrosa do Júri: Higor Campagnaro, por Um Animal Amarelo
Longa-metragem Estrangeiro - LME
Melhor Filme - La Frontera Melhor Direção - Mariana Viñoles, por El gran viage al país pequeño Melhor Ator - Anibal Ortiz, por Matar a un Muerto Melhor Atriz - Daylin Vega Moreno (Diana), Sheila Monterola (Chalis), por La Frontera Melhor Roteiro - David David, por La Frontera Melhor Fotografia - Nicolas Trovato, por El Silencio del Cazador Prêmio Especial do Júri: El Gran Viaje al País Pequeño
Longa-metragem Gaúcho - LMG Melhor Filme - Portuñol, de Thaís Fernandes
Curta-metragem Brasileiro - CMB
Melhor Filme - O Barco e o Rio Melhor Direção - Bernardo Ale Abinader, por O Barco e o Rio Melhor Ator - Daniel Veiga, por Você tem olhos tristes Melhor Atriz - Luciana Souza, Inabitável Melhor Roteiro - Inabitável, Matheus Farias e Enock Carvalho Melhor Fotografia - O Barco e o Rio, para Valentina Ricardo Melhor Montagem - Você tem olhos tristes, para Ana Júlia Travia Melhor Trilha Musical - Atordoado, eu permaneço atento, para Hakaima Sadamitsu, M. Takara Melhor Direção de Arte - O Barco e o Rio, para Francisco Ricardo Lima Caetano Melhor Desenho de Som - Receita de Caranguejo, Isadora Torres e Vinicius Prado Martins Prêmio especial do júri: Preta Ferreira, por Receita de Caranguejo
Júri Popular Curta Brasileiro: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader Longa Estrangeiro: El gran viaje al país pequeño, de Mariana Viñoles Longa Brasileiro: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante
Júri da Crítica Curta Brasileiro: Inabitável
Longa Estrangeiro: El Gran Viaje al País Pequeño Longa Brasileiro: Um animal amarelo
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